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ODISEO.COM

de Marco Antonio de la Parra

Direção e concepção espacial:  André Carreira

 

Com

Amalia Kassai, na Alemanha

Juan Lepore, na Argentina

Milena Moraes, no Brasil

 

Assistente de Direção: Mercedes Kreser

Cenotécnica (Argentina): Fernando Diaz

Produção: Milena Moraes (Brasil), Mercedes Kreser (Argentina), Amalia Kassai (Alemanha)

 

Ulises viaja constantemente movido por suas tarefas como executivo de uma empresa internacional. Não pode, ou não consegue, voltar para Laura, sua esposa, que o espera em Bremen. Em Florianópolis, Elisa, sua amante, também o requer. A vida então se organiza por meio do Skype, Whatsapp, Twitter e Facebook. A vida segue, mas é a mesma vida?

 

Uma coprodução Centro Latinoamericano de Creación e Investigación Teatral - CELCIT (Argentina) e Grupo Teatral (E)xperiência Subterrânea (Brasil), com o apoio de Iberescena. Contemplado com o Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura 2014.

 

Gênero: Drama. Classificação Indicativa: 16 anos. Duração: 60min.

ODISEO.COM é um espetáculo internacional criado por artistas latino-americanos que propõe uma experiência teatral através da tecnologia digital e a discussão das práticas mediadas de relacionar-se. É realizado em tempo real, em três espaços simultâneos, em três países diferentes: Alemanha, Argentina e Brasil.

 

A encenação é resultado do interesse do diretor brasileiro André Carreira e do ator argentino Juan Lepore em trabalhar juntos. A esse desafio associaram-se o dramaturgo chileno Marco Antonio de la Parra, a atriz Amalia Kassai, também chilena, e a atriz brasileira Milena Moraes.

 

A partir de uma temporada de Carreira com um espetáculo no Centro Latinoamericano de Creación e Investigación Teatral, CELCIT, de Buenos Aires, surgiu o desejo de intercambiar práticas de criação que os levou a colocar em marcha uma encenação que reúne elementos centrais de suas trajetórias artísticas. Considerando as distâncias de seus lugares de trabalho e residência, o projeto de montagem do espetáculo passou a se desenvolver via e-mails e vídeo conferências pela plataforma Skype. Esse foi o ponto de partida do processo de criação de Carreira e Lepore, ao que logo se incorporou o dramaturgo De La Parra, que se propôs a escrever um texto original para a iniciativa.  

 

Embora o projeto não tenha partido necessariamente do desejo de fazer teatro pela internet ou pela busca do contraponto dos atores com imagens virtuais, a consequência foi a exploração das possibilidades e das dificuldades de uma cena mediada.

 

A encenação conta a história das possibilidades e impossibilidades do amor por meio das comunicações virtuais. A solidão e o desejo de possuir é o elemento central do espetáculo que tem em cada país uma personagem em solidão, frente a um público que pode refletir sobre essas condições e os esforços empreendidos para estar com o outro mesmo à distância.

 

Ulises é um executivo bem sucedido de uma empresa multinacional aprisionado em seu próprio êxito. Saltando continentes e fuso-horários, ele se desgasta por esses lugares transitórios que não possuem significado suficiente para serem definidos como “um lugar”, são os não-lugares representados pelos quartos de hotéis e aeroportos dos quais fala o antropólogo Marc Augé.

 

A manutenção das relações de Ulises (Juan Lepore) com a esposa Laura (Amalia Kassai) que vive em Bremen - Alemanha, e com sua amante, a cantora Elisa (Milena Moraes) que vive em Florianópolis - Brasil, se dá através do Skype e esporádicos encontros físicos. 

“Explorando os prós e contras de uma cena mediada pela tecnologia o resultado é, felizmente, uma nova forma teatral que assinala a liminaridade do que chamamos teatro. (...) Em Odiseo.com tudo parece indicar que a distância virtual tem seus custos e leva a interpelar o espectador sobre a possibilidade de construir um vínculo fora do espaço real, colocando em dúvida a validade do mesmo. Proposta original, cenografia funcional, ferramentas digitais e boas atuações fazem de Odiseo.com uma das inovadoras peças teatrais da atualidade.”

Julieta Messer, SPECTAVI – reseñas críticas

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“Espetáculo nascido através da rede mundial, Odiseo.com assinala uma dessas felizes realizações que interligam artistas diversos em países diversos operando em regime de colaboração. (...) Uma tensão entre uma experiência presencial e outra virtual, constitui o cerne do espetáculo, meticulosamente pensado enquanto produção de sensações para suas plateias. O hiper-real contraposto ao hiper digital produz refrações, desloca sentidos, faz girar o imaginário, obtendo sua cota de não substância, anti-aristotelicamente falando. Por isso, é sofista. É nessa acepção que Odiseo.com conjura, diante de todas suas ambiguidades, o sabido e o por saber, o dito pelo não dito, o feito pelo a realizar, trunfo maior de uma encenação que apostou no improvável.”  

Edelcio Mostaço, Questão de Crítica

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“Proposta interessante que multiplica o espaço cênico não só pela convivência entre o real e o virtual, mas porque o espectador, por sua vez, constitui um novo plano que rodeia esse quarto de hotel, o que no fundo também problematiza as noções de ficção e realidade.”

Adriana Santa Cruz, Leedor

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“Dirigida por André Carreira, esta performance teatral e audiovisual mescla linguagens artísticas e as reúne em uma proposta original. A versão de De La Parra de Odiseo faz com que o público contemporâneo possa se relacionar com a trágica história de amor clássica, porque toca temas como a infidelidade, a paixão e a insatisfação.”

Carolina Nogueira, Buenos Aires Herald

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“Durante 65 minutos a experiência dramática compete com a natureza do fato vivo para transferir sua dinâmica à comunicação mediada, sem perder de vista o acontecimento teatral. Esse pode ser um gancho sedutor em termos visuais e de narrativa, para aproximar os espectadores mais jovens.”

TELAM

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“Em vez do rasgo tecnológico, sobrepõe-se a valorização do ator. Não há a mínima possibilidade de se tropeçar em fios soltos neste emaranhado digital, carnal e desejante disposto de forma clara e pungente (...). A parceria do Grupo Teatral (E)xperiência Subterrânea, de Florianópolis, com o CELCIT, da Argentina, ora ganha ares de trama de telenovela, pela familiaridade temática, ora atalha com a tensão dos filmes de John Cassavetes. É o teatro defendendo seu lugar na disputa de presenças.”

Valmir  Santos, Teatrojornal

TRAJETÓRIA

 

O projeto de montagem, uma coprodução entre CELCIT (Argentina) e o Grupo Teatral Experiência Subterrânea (Brasil), foi contemplado com o apoio do IBERESCENA (Fundo de Ajuda para as Artes Cênicas Ibero-americanas). A temporada de estreia se deu nos meses de outubro e novembro de 2014.

 

Em 2015 volta a estar em cartaz nos meses de março e abril em temporada promovida pelo SESC-SC (Brasil) e pelo CELCIT (Argentina). É contemplado com o Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura, da Fundação Catarinense de Cultura, para circulação por quatro cidades do estado de Santa Catarina (Brasil), e selecionado para o IV Festival Brasileiro de Teatro Toni Cunha, em Itajaí, para o 22º Festival Isnard Azevedo, em Florianópolis, ambos em Santa Catarina (Brasil), e para o 10º Festival Internacional de Teatro MERCOSUR, em Córdoba (Argentina).

Também é nominado ao Premio Teatro del Mundo, outorgado pelo Centro Cultural Rector Ricardo Rojas, da Universidad de Buenos Aires, na categoria espetáculo estrangeiro.

 

Em 2016 é selecionado para o Festival de Teatro de Rua de Porto Alegre – FITRUPA, no eixo Espaços Singulares, e para o CENA CONTEMPORÂNEA – Festival Internacional de Teatro de Brasília.

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